segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Vírus e sua utilidade

Ele não pede licença. Instala-se e, pronto. Tá feito o estrago. Toda uma gama de informação a respeito de como se dá tal instalação deixa muito a desejar se o cara não for um interessado estudioso dos detalhes de membranas, envelopes, ácido ribonucléico e outros que tais... Agora, tem um brasileiro que decidiu demonstrar como se deu (se dá) “A História da Humanidade Contada pelo Vírus”. O livro é de autoria do médico infectologista Stefan Cunha Ujvari (Editora Contexto, 2008), que conseguiu trazer a genética, definitivamente, para a área das ciências do homem. Miscigenação, conflitos, êxodos, fortalecimento e enfraquecimento de povos, enfim, o nome do livro resume tudo isso, mas sob a inesperada visão do vírus.
Pois é esse talzinho aí me pegou. Segundo a ótica especializada de quem fez a análise da [minha] situação, ele já tava instalado, “adormecido”, só esperando o melhor momento pra entrar em ação. Esse momento é descrito como baixa de resistência. Então, o bicho não tava dormindo coisa nenhuma. Tava é muito do esperto esperando o momento certo de entrar em ação. Penso até que ele deve ser discípulo do Sun Tzu (A Arte da Guerra), que recomenda exatamente isso aos soldados que querem vencer uma batalha: esperar o momento exato de uma certa fraqueza do adversário.
Conta-se que o primeiro vírus da influenza chegou ao Brasil com a República, em 1889. Teria vindo num navio que trouxe mercadorias de Hamburgo, com um exemplar do vírus russo a bordo. Depois, em 1918, com a famosa febre espanhola, mais tarde com a asiática, a de Hong Kong, a aviária, a suína – também chamada de mexicana – tudo porque é preciso identificar o mal e a sua origem. Mas muito disso pode ser história mal contada ou intencionalmente fabricada. Pois se é verdade que muito do que se escreve é feito com muita pesquisa [como no caso do dr. Ujvari que fez extenso trabalho consultando mais de quatro centenas de pesquisadores internacionais], há também muito jogo de interesse e sobretudo, de escapatórias. Pois não pega bem para uma potência mundial ver seu nome associado a um mal que dizima a humanidade sem piedade. Assim, se aconteceu num território específico, mas pode-se dar um ´jeitinho´ pra atravessar a fronteira e alardear que ´foi do lado de lá que começou´...
A famosa gripe espanhola que dizimou 50 milhões de pessoas (número ainda em discussão, que gira entre 30 milhões e cem milhões de pessoas), não seria espanhola coisa nenhuma. A origem do nome teria se dado em razão de ter sido a Espanha o país que identificou e tipificou o vírus. Daí... O que se diz agora é que, “não se sabe ao certo se a origem do vírus teria sido os Estados Unidos da América ou a China”, mas o mal ficou conhecido como “epidemia espanhola”.
Tem um livro de uma jornalista norte-americana, Gina Kalek, que se debruçou sobre o tema e escreveu “Gripe: A História da Pandemia de 1918”. Pode ser interessante, quase um século depois...
E, há um quarto de século, o vírus migrou da biologia para a tecnologia, atingindo mortalmente as máquinas ditas infalíveis. A exemplo do que acontece na biologia, que um novo vírus vem sempre associado a um laboratório específico que tem um remédio ´x´ e já está desenvolvendo a vacina ´y´, também com o surgimento do primeiro vírus de computador, quando quase nada se entendia do que estava acontecendo, aparecia o nome de dois irmãos, com telefone e tudo o mais, para ´qualquer serviço de reparo para recuperar máquinas danificadas´...
Fértil terreno de pesquisa.
Ainda mais quando se pensa que a varíola, dada como extinta, pode ser acionada a qualquer momento, pois boas cepas do vírus "estão muito bem guardadas" em laboratórios nos Estados Unidos e na Sibéria. Dois locais até bem pouco tempo em ferrenha disputa pela hegemonia mundial...

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