quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Iron Jawed Angels

O título poderia ser traduzido livremente como "Anjos com Presas de Aço". É um desses filmes que te pegam de cara: meio da fita (zapeando na tevê paga), fim da madrugada, dia clareando, e lá está você, atento, olhando, curtindo, torcendo, aprendendo com a mensagem, se deliciando com as interpretações...Sobretudo uma aparição fugaz de Anjelica Houston...
A história do filme é a luta das mulheres norte-americanas pelo direito de votar. Elas são as sufragistas. São ameaçadas de prisão, vão presas, são espancadas, não têm direito a advogado, nem ao famoso telefonema - alardeado em toda e qualquer produção hollywwodiana -, enquanto o governo de Thomas Woodrow Wilson declara guerra à Alemanha alegando defender a democracia, os direitos civis dos cidadãos livres etc. e tal...As mulheres alegam que o discurso de Wilson para o público externo não vale para o interno, e mandam um comunicado à imprensa dizendo que "na cadeia ou em casa, a mulher americana não tem liberdade". Nos comitês femininos, da primeira década do século passado, elas argumentam que, "até os negros", depois da Guerra de Secessão (American Civil War), conseguiram o direito de votar, negado às mulheres.
A líder do movimento é Alice Paul (que lutou pelos direitos civis até morrer, em 1977), encarnada pela magistral atriz Hilary Swank. Em seus protestos, Alice Paul discursava utilizando frases do próprio presidente Wilson que, em outras ocasiões, defendia exatamente o posicionamento que elas estavam assumindo e, por causa disso, eram presas e espancadas. Numa das cenas mais tocantes de tais manifestações, ela pegava uma folha de papel, lia declarações de Wilson, e jogava no fogo que ardia dentro de um latão...
O filme de Katja von Garnier indica que o direito ao voto foi garantido à mulher norte-americana em agosto de 1920. A luta continua...