segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Alôôôôôuuuuu!!!

A facilidade das comunicações também traz um complicador. Agora ficou fácil, todo mundo compreende que é só apertar um botão e conecta-se com o mundo. Toodo o mundo tem um celular. E, a partir daí, acabou-se a privacidade. Encontra-se qualquer um em qualquer lugar que esteja. Acabou-se a limitação física do espaço para conversa. E mesmo que não se queira, que se diga claramente, que se explicite pública e reservadamente. Nada, nada mesmo adianta. E quando se imagina que a deselegância é própria de quem não freqüentou escola, constata-se que não é nada disso. Ao contrário até. A deselegância é prima-irmã de escolarizados, pois os que passaram anos e anos nos bancos escolares acabam se considerando superiores. Clara demonstração de deselegância superior.

Crazy People

Aí pelos anos '80 do século passado surgiu um filme significativo, com uma base numa clínica de desajustados mentais, demonstrando que um estúpido cidadão (no sentido de ter uma deficiência mental considerada leve, uma debilidade) pode ter a ensinar mais coisas do que seu estado físico faz supor. Quando entra em cena, nada mais diz além de Helo! Somente isto: Helo, Helo, Helo. Quando melhorou, o personagem se preparava para uma viagem de reencontro da família e mostrou o que levava na bagagem. Abriu a mala, e tudo que havia eram pedaços de papel em várias cores, todos com a inscrição: Helo. Ele queria dizer olá pra todo mundo. E levava sua preciosidade muito bem embalada, correspondendo ao que debilidade exigia: ser gentil com todo mundo.
O contraponto dessa gentileza é a grosseria que se observa dos que ligam a todo instante para perturbar. São pessoas que nada mais fazem, além de inflar o próprio ego demonstrando a enorme capacidade de azucrinar a vida dos outros. Ligam, ligam e ligam. Nada dizem. Ouvem alguns segundos e desligam. Acredito que, à moda do débil do filme, colecionem os alôs que as pessoas lhes dizem. Alô, alô, alô, alôôôôôuuuu...Que vidazinha besta!

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