domingo, 6 de abril de 2008

A Justiça falha quando tarda.
O velho adágio popular diz que "a Justiça tarda, mas não falha". Não sei onde foi que vi esse texto, mas me chamou a atenção essa mudança de atitude em relação à Justiça, com letra maiúscula, que cedo entendemos ser a razão maior da existência, vez que acertaria todas as contas, as vistas e a que estão por vir... Durma-se com um barulho desses, pois, a Justiça, em tardando, certamente muito mal já provocou...É o que vimos nos nossos tristes dias. Veja-se, por exemplo, a juíza encarregada de observar a aplicação da Justiça numa comarca do interior paraense, em Abaetetuba, onde uma garota (adolescente, pré-adolescente, jovem, quase jovem???) foi parar numa cela, enjaulada com vinte marmanjos que dela fizeram uso, abusaram etc e tal...E a tal juíza, que deveria ser a guardiã da Justiça, diz que não sabia de nada. Pior, quando assumiu saber, disse que não era com ela...E o pessoal (aqueles, supremos, escolhidos a dedo, organizadinhos em reduto fechado, muito bem pagos, muito bem acolhidos, muito bem resguardados, muuuito bem protegidos) que faz parte do grupo da juízazinha, tira o corpo fora, e vota apoiando a atitude sem atitude da juizazinha, que estando lá, no local onde tudo aconteceu, diz não saber de nada, que não viu nada, nem mesmo quando (diz) visitou o tal local...Nuuunca viu uma só cela em que estivesse uma mulher com homem...Também disse nunca ter ouvido falar de algum lugar no Pará em que tal infâmia (!) tivesse acontecido...Uau!, que mundo fantástico dese ser esse dessa juizazinha. Ela é funcionária pública. Isto é: paga pelo público. O público somos nós, cara pálida. Sabia disso? Pois é, nós: eu, tu, ele, nós, vós, eles. Não eles, do Poder Judiciário. Eles estão à parte. Sequer sabem do que acontece por aqui. Mesmo quando são os responsáveis por saber. Fazem de conta que sabem, e vão tocando as vidinhas deles. Medíocres. Bem pagas, sim, por nós. Mas, medíocres. E, pior, fazendo mediocremente seus trabalhos. Aliás, trabalhinhos....Que nunca, nunca, mesmo, ninguém vai saber do que se trata. Até que aconteça uma barbárie, como essa que se viu em Abaetetuba. E, aí, espera-se uma manifestação fulminante, daquelas que se vê em filmes, com um juiz utilizando seu poder (dado pelo povo, vez que é dele representante), e dirigindo sua sentença massacrante. Mas, nada. Pífia atuação. Traque junino em dia de chuva, pfiuuuuu. E, então, a cena muda de local. Não está mais numa cidadezinha do interior. Está na Capital. Está no plenário da Corte máxima. E a população, em êxtase, diz: agora sim. Agora seremos vingados. Agora veremos justiça. E o que se vê: uma cortezinha acovardada, manifestando o vulgarmente conhecido ´espírito de corpo´, fazendo coro com a incompetência, votando em favor da mediocridade. Aliviando o peso da sobrepeliz emplumada que sombreia os votos encobertos dos pobres pares. Pobres no sentido da falta de atitude, de altivez, de Justiça. de prestação de serviço público, alinhando-se com a pobreza de determinação de quem deveria, sim, exercer soberbamente o poder que lhe foi conferido. Mas, preferiu acovardar-se, escondendo-se sob esse infame manto que tudo esconde. Esconde, sobretudo, uma casta infeliz. Rica nos rendimentos, nos prazeres, nos lucros, na própria soberba, garantida pelos inertes pares. Mas, infeliz, vez que totalmente divorciada da vocação da Justiça que se propõe identificada com o povo. Ainda mais se se refletir sobre a posição do ´venerável´ desembargador que virou as costas a quem recriminou a atitude do Tribunal...E, note-se, quem fez a crítica é ninguém menos que uma advogada, presidente da Ordem dos Advogados do Pará...Já imaginou se fosse simplesmente um ser do povo? Esse mesmo, que garante os salários dos magistrados???

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