sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Um novo Curso de Jornalismo

Diante das manifestações recentes contra a atividade jornalística no País, necessário é uma reflexão sobre o tema. Considero que o momento é preocupante, não somente para a atividade acadêmica na formação dos futuros profissionais, senão para a atividade jornalística como representante efetiva do Quarto Poder, considerando-se sua aplicação como antena a irradiar para a sociedade como um todo os fazeres e desfazeres de um governo em suas três categorias de representatividade, quais sejam: Executivo; Legislativo e Judiciário.

Diante disso, o que vimos conferindo é uma constante tentativa de desvalorização da atividade jornalística, como até mesmo um aceno a uma deplorável censura prévia, inaceitável numa sociedade que se diz viver em estado pleno de direito. Num período inferior a 90 dias foram dois golpes certeiros, com toda a conotação de terem sido adrede preparados: 1) O ministro presidente do STF- Supremo Tribunal Federal, acaba com a obrigatoriedade de diploma de nível superior para o exercício da profissão de jornalista. E compara a atividade à preparação de alimentos numa cozinha industrial, onde há um chef e um cozinheiro. O primeiro pode ter feito cursos especializados sobre a atividade culinária, e o segundo pode ter aprendido seu ofício apenas como olheiro, que faz aqui e ali seus experimentos. Pois bem: para o cabeção do STF, a ele não importa quem tenha preparado a comida, desde que atenda ao paladar do faminto; 2) Um procurador de Justiça baixa uma ordem contra um jornal de circulação nacional, proibindo que ele divulgue qualquer notícia sobre uma investigação que é realizada contra o filho empresário do presidente do Senado Federal. Note-se: proíbe que o jornal cite a investigação, o processo, e até mesmo o nome do filho do maioral do Congresso. E esse maioral, que é dono de jornal, televisão e emissoras de rádio, faz discurso no Senado (na 3ª feira, 15.09.2009) para dizer que a mídia faz campanha contra os parlamentares, arrogando para si o status de representante da sociedade. O maioral do Senado utiliza um palavreado irônico e cheio de aleivosias, demonstrando uma intenção de que é preciso frear esse ímpeto da mídia, dizendo que eles, os parlamentares, tratam tudo às claras, “à luz do dia”, e que são eles os verdadeiros representantes do povo. E estão sendo massacrados...

É ou não é para pôr as barbas de molho?

Um comentário:

Sara Quino disse...

este Sarney que aí está, esta excelência de pessoa humana, se perpetua no poder acho que desde que a gente nasceu, lambeu as botas dos ditadores, e agora posa de defensor da democracia.
é o único ser vivo que já tem um museu somente da pessoa dele em São Luis, que conta a vida dele toda, em casa que foi tombada pelo poder público para guardar a sua tralha pessoal, que por mim ele pode guardar na casa dele mesmo, como faz qualquer um. O absurdo da vida política atual não tem limites, assistir a uma sessão do plenário nos parece um teatro de absurdos...